O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o adiamento da taxa de 50% dos produtos importados da União Europeia, previamente agendada para 1º de junho. A decisão foi comentada pelo economista e ex -secretário de comércio exterior no Brasil, Roberto Giannetti da Fonseca, em uma entrevista ao jornal Equipe realde Times Brasil – CNBC exclusivo licenciado.
Segundo Fonseca, “a principal vítima dessas tarifas é o próprio consumidor americano”. O economista afirmou que, além de eliminar produtos importados, a medida prejudica a cadeia de valor de empresas, importadores e varejistas distribuidores.
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Efeitos no comércio europeu e americano
Para a Fonseca, a imposição de tarifas tão altas era uma medida insustentável. Ele observou que setores como carro, comida, cosméticos e alta costura na Europa seriam diretamente afetados. “Isso traz outro elemento recessivo para a economia européia, que já enfrenta dificuldades”, disse ele.
Nos Estados Unidos, o economista explicou que os consumidores deveriam sentir o impacto nos preços e disponibilidade do produto. “Esses produtos são, em muitos casos, insubstituíveis no mercado dos EUA. Em vez de gerar empregos, essa política tende a destruir empregos”, disse ele.
China e a União Europeia em diferentes posições
Durante a entrevista, a Fonseca destacou a diferença na postura entre a China e a União Europeia em negociações comerciais com os Estados Unidos. Ele ressaltou que a China mostrou maior paciência e estratégia, enquanto a União Européia enfrenta limitações impostas por sociedades democráticas mais ativas e opinião pública.
“Os chineses permaneceram frios. Trump esperava um telefonema e não recebia. Quando os ministros chineses concordaram em negociar, eles impuseram condições claras e, no final, os Estados Unidos se retiraram para os níveis tarifários anteriores”, disse ele.
Consequências para o Brasil e Mergosur
O economista afirmou que o Brasil, nesse contexto, conseguiu preservar uma posição relativamente vantajosa, com uma tarifa de 10% sobre alguns produtos. “Também estamos ganhando mercado no setor agrícola, especialmente na China, que está transferindo parte de suas compras de produtos agrícolas para o Brasil”, disse ele.
Em relação ao acordo entre a União Europeia e a Mercosur, a Fonseca avaliou que as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a Europa sugeriram inicialmente uma possível aceleração nas negociações. No entanto, essa expectativa não foi confirmada. “A União Europeia adotou uma posição mais cautelosa, evitando provocar os Estados Unidos”, explicou.
OMC e o futuro do dólar
Questionado sobre o papel da Organização Mundial do Comércio (OMC), Fonseca disse que a instituição está perdendo força, especialmente após o boicote dos EUA do órgão de resolução de controvérsia. “Hoje, a OMC é inativa e passiva. É necessário revitalizar a organização e tentar trazer os Estados Unidos de volta”, disse ele.
O economista analisou a posição do dólar como uma moeda internacional. Segundo ele, a diversificação de reservas internacionais de vários países e a adoção de sistemas de pagamento alternativos colocam a predominância da moeda americana. “A China lança mecanismos mais modernos e baratos, e muitos países já preferem comprar ouro. O dólar está perdendo espaço”, concluiu.
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