O Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) abre sua quinta reunião do ano na terça -feira (29), sob a expectativa geral de manter a taxa de juros básica selo (Selic) após sete máximos seguidos. Itaú mantém sua previsão de que o ciclo de corte começará apenas no primeiro trimestre do próximo ano.
Mas com advertências: “Uma apreciação mais expressiva da taxa de câmbio ou uma desaceleração mais pronunciada da atividade pode antecipar esse primeiro movimento para o final de 2025”, disse o economista -chefe de Mario Mesquita em um relatório.
Ele cita a tarifa anunciada do governo dos Estados Unidos, que até a segunda ordem entra em vigor na próxima sexta -feira (1ª) e seus efeitos para o Brasil. “A realização das tarifas anunciadas recentemente pelo governo dos EUA reduz o espaço para apreciação da moeda, apesar do ambiente global de dólar fraco. Por outro lado, essas tarifas aumentam a probabilidade de um rápido enfraquecimento da economia”.
O Copom tem mais três reuniões neste ano: 16 e 17 de setembro, 4 e 5 de novembro, além de 9 e 10 de dezembro. A primeira reunião de 2026 será realizada nos dias 27 e 28 de janeiro.
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Selic é 15% ao ano. O Bulletin Focus da BC (veja abaixo), lançado na segunda -feira (28), ratifica a projeção de manutenção há cinco semanas – e há uma nova aposta na inflação (IPCA) um pouco menor, mas ainda acima do teto do gol.
Para o economista -chefe da ITAU, na decisão a ser anunciada na quarta -feira (30), o Copom optará por unanimidade mantendo o interesse, encerrando o alto ciclo iniciado em setembro do ano passado. “A decisão deve refletir a avaliação de que, apesar das projeções de inflação ainda acima do alvo, os efeitos atrasados da política monetária seguem em andamento”, disse ele em um relatório.
Mas, segundo ele, “a alta incerteza global exige cautela adicional – especialmente no contexto de uma nova escalada tarifária, desta vez envolvendo diretamente o Brasil”. Por enquanto, disse Mesquita, houve uma “melhoria marginal” do cenário: “a inflação atual mostrou sinais qualitativos positivos, expectativas de 12 meses e retirada implícita, e o real teve uma pequena apreciação, mesmo em face de impostos e ruídos tarifários”.
Além disso, a atividade econômica ainda está em desaceleração gradual, “com sinais mais leves de inflexão em segmentos de crédito”. Apesar de um mercado de trabalho que permanece “resiliente”.
Ao analisar os indicadores divulgados desde a última reunião do copom, em 17 de junho, a ITAU observa que, no campo da inflação, “os dados trouxeram surpresas em ambas as direções”.
O IPCA-15 (IBGE) e o IGP-M (FGV), por exemplo, ficaram abaixo das expectativas em junho-“o primeiro refletindo uma dinâmica mais benigna nos serviços subjacentes e a segunda influenciada pela queda nos preços agrícolas”.
O IGP -M caiu 1,67% no mês passado, acumulando -0,94% no ano e +4,39% em 12 meses. O IPCA-15, já em julho (0,33%), estava acima da mediana (0,31%), com pressão, entre outros itens, dos preços dos alimentos fora de casa. “No lado da atividade, os indicadores recentes seguem corroborando o cenário de desaceleração gradual da economia do segundo trimestre”.
A ITAU cita a produção industrial (-0,5%em maio), vendas de varejo restritas (-0,2%) e volume real de serviços (0,1%). “O mercado de trabalho, por sua vez, apresentou sinais contraditórios: a gaiola mostrou a criação de empregos formais abaixo do esperado em maio, enquanto a taxa de desemprego recuou 0,6 ponto percentual no mesmo período”.
“A ligeira queda nas expectativas da inflação para 2025 e 2026 é um bom sinal, mas insuficiente para mudar o jogo no curto prazo”, disse o CEO da Grupo X Holding, Jorge Kotz. “Selic deve seguir em altos níveis até 2026, pressionando o acesso ao crédito, especialmente para pequenas e médias empresas, que dependem do capital de giro para operar”. Para ele, isso exigirá uma nova cultura de gestão nas empresas, que deve estar mais preparada “para lidar com finanças restritivas” e menos dependente de “soluções tradicionais”.
A semana também terá uma decisão sobre o interesse nos Estados Unidos. O Federal Reserve deve manter a taxa entre 4,25% e 4,5% ao ano.
Na última declaração de junho, o comitê avaliou que, de acordo com indicadores, a atividade econômica continuou a crescer de forma consistente.
“A taxa de desemprego permanece baixa e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas. A inflação permanece relativamente alta”. Subiu 0,3% em junho e tem 2,7% em 12 meses.
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