O governo brasileiro respondeu, na tarde desta quinta-feira (13), à carta enviada pelo secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), Simon Stiell, que criticou as falhas de segurança e os problemas estruturais durante a COP30.
Segundo Stiell, os episódios registrados nos últimos dias constituem “uma grave violação da estrutura de segurança estabelecida” e levantam “sérias preocupações” sobre o cumprimento por parte do Brasil de suas obrigações como anfitrião do evento.
As críticas foram motivadas por episódios como a invasão de cerca de 150 manifestantes no local da conferência na noite de terça-feira (11), danos materiais, ferimentos em seguranças e falta de atuação das forças policiais. Em outro momento, Stiell afirmou que os agentes públicos não dispersaram um grupo de manifestantes dentro de uma zona de segurança, onde os protestos são proibidos.
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A carta enviada à Casa Civil também detalhou vulnerabilidades como portas desacompanhadas, pessoal insuficiente e incerteza sobre respostas coordenadas entre autoridades federais e estaduais.
Além das questões de segurança, Stiell apontou problemas estruturais no evento, desde falhas de ar condicionado até infiltrações causadas por chuvas, que teriam gerado “casos de problemas de saúde relacionados ao calor” e riscos elétricos. As delegações também relataram escritórios inacabados, falta de água nos banheiros e dificuldades logísticas.
Governo rebate críticas da ONU
Em nota enviada ao Times Brasil, o governo afirmou que “todas as solicitações da ONU foram atendidas” e destacou que a Casa Civil “não esteve envolvida na tomada de decisões das forças de segurança pública em relação aos protestos do dia 11 de novembro”.
O comunicado afirma que, na quarta-feira (12), equipes do Governo Federal, do Governo do Pará e do Departamento de Segurança e Proteção das Nações Unidas (UNDSS) reavaliaram e ampliaram o aparato de segurança nas áreas Laranja e Vermelha, perímetros mais sensíveis da conferência.
Entre as medidas anunciadas estão:
- Reposicionar e fortalecer o policiamento;
- Ampliação da área intermediária entre as Zonas Azul e Verde;
- Atuação conjunta entre a Força Nacional e a Polícia Federal;
- Instalação de cercas, barreiras metálicas e estruturas adicionais de contenção.
- Ar condicionado e adequações estruturais.
- Instalação de novos aparelhos de ar condicionado nas barracas e unidades extras em salas com defeito;
- Reparação de fugas resultantes de calhas partidas no Centro de Comunicação Social e no Centro de Saúde 2, que já foram substituídas e seladas.
O governo esclareceu que não houve inundações generalizadas, apenas vazamentos ocasionais.
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Ele disse ainda que as questões operacionais estão sendo avaliadas diariamente em conjunto com a UNFCCC para garantir “correção contínua” durante o evento.
Evento é vital para a diplomacia climática de Lula
As críticas de Stiell representam um momento delicado para o governo brasileiro. Lula investiu politicamente na realização da COP30 em Belém para destacar a centralidade da Amazônia na agenda climática global, decisão que gerou pressão em infraestrutura, hospedagem e logística.
Embora as delegações relatem dificuldades, a CQNUMC afirmou que “foram tomadas medidas rápidas” e que a conferência continua dentro do cronograma.
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