Varejo sem atendente, mas com propósito: o boom dos mini e micro mercados no Brasil – Times Brasil

Uma transformação profunda e acelerada está afetando os hábitos de consumo no Brasil. Longe do hype das grandes lojas, é nos condomínios e centros urbanos que o varejo mostra sua face mais inovadora, os mini e micromercados autônomos. Impulsionados por uma geração de consumidores que valoriza a agilidade acima de tudo, esses formatos se consolidam como o novo epicentro de conveniência no país.

Os números revelam a mudança. Enquanto os supermercados tradicionais sofreram queda de 10,1% em 2024, os minimercados instalados em condomínios tiveram um boom de 53,5% no mesmo período, segundo dados da Associação Paulista de Supermercados (Apas). O varejo autônomo, sem filas ou atendentes, torna-se um retrato fiel da nova prioridade do consumidor, autonomia e experiências sem atritos.

Para Eduardo Córdova, CEO e cofundador da market4u, o motivo é claro: “Esse modelo de negócio é o reflexo de um consumidor que não quer esperar, quer acessar, pagar e retirar”.

A ditadura do “Tudo Agora”

A aceleração digital e a mentalidade imediatista do consumidor são os motores deste crescimento. Para Córdova, a lógica do “tudo agora” dita as novas regras do mercado. A busca pelo controle total da experiência de compra elevou a autonomia a um valor para o consumidor. O cliente não só tolera, mas exige resolver tudo rapidamente e no momento que mais lhe convém.

“Essa agilidade, aliada à confiança e à personalização, está moldando o futuro das relações de consumo”, explica o executivo, à frente da maior rede de mercados autônomos da América Latina, com mais de 2,3 mil unidades em 170 cidades brasileiras.

AI e Pix na estrutura do novo comércio

O sucesso do modelo é apoiado pelos avanços tecnológicos. A popularização do Pix e dos sistemas de autoatendimento eliminou barreiras de pagamento e operação, enquanto a inteligência artificial (IA) atua nos bastidores. Algoritmos preditivos ajustam estoques, preveem demandas e personalizam ofertas, garantindo que o produto certo esteja disponível no momento exato.

leia mais

Pix avança como motor de vendas na Black Friday e reforça seu papel estratégico no varejo

“A capilaridade também impulsiona o formato. As microfranquias em mercados autônomos tornaram-se uma alternativa atrativa e altamente escalável para os empreendedores. O formato não exige grandes estruturas físicas e inúmeras equipes, permitindo rápido retorno do investimento e operação de múltiplas unidades”, avalia o executivo.

Mais do que uma simples tendência, os mini e micromercados sinalizam o nascimento de um novo comércio de proximidade, descentralizado, inteligente e digital. “Estamos vendo o surgimento de um novo tipo de varejo urbano, automatizado e humano no que realmente importa, que é entender e atender o consumidor”, finaliza Córdova.

Acompanhe o Times Brasil – Licenciado Exclusivo da CNBC no