Durante o fim de semana prolongado de semana douradaA tradicional semana de viagens da China entre 1º e 8 de outubro, o Médio Oriente registrou um salto histórico no número de visitantes do país asiático. Cidades como Doha, Abu Dhabi e Dubai estiveram entre os destinos internacionais que mais cresceram em reservas, impulsionados políticas de vistos mais flexíveis, rotas aéreas diretas e atrações culturais únicas.
De acordo com a plataforma de viagens Trip.comAs reservas chinesas para Doha aumentou 441% em relação ao ano anterior, enquanto Abu Dabi foi dispensado de 229%. Dubaiprincipal destino dos Emirados Árabes Unidos, registrou crescimento de 27%entrando no ranking dos dez destinos mais procurados fora da Ásia, segundo a consultoria Teclas de encaminhamento.
Além de popularizar a região como um todo, o movimento revela uma novo perfil turístico chinêscom maior poder de compra e interesse em experiências premium. Nos Emirados, as reservas em negócios e primeira classe cresceram 133% na comparação anual, segundo dados das operadoras aéreas.
Crescimento acelerado e impacto regional
O aumento das viagens é resultado direto da expansão das rotas entre a China e o Oriente Médio. De acordo com Edmundo Onggerente geral da Trip.com em Cingapura, voos cresceram 25% em 2025em comparação com o mesmo período de 2024, e já estão 180% acima do nível pré-pandemia.
Você cinco destinos internacionais com maior crescimento em reservas de hotéis durante a Semana Dourada foram Arábia Saudita, Egito, Nova Zelândia, Cazaquistão e Emirados Árabes Unidosde acordo com uma pesquisa realizada Tongcheng ViagensA segunda maior plataforma de reservas online da China. Na região, os destinos mais procurados foram Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Egito, Catar e Omã.
Apesar do avanço, os países asiáticos próximos da China ainda dominam o turismo emissor – com Japão, Tailândia, Malásia, Coreia do Sul e Singapura mantendo a liderança.
Vistos facilitados e novos voos impulsionam o fluxo
O aumento do turismo chinês no Médio Oriente baseia-se em dois factores: acessibilidade e exclusividade. “Antes da pandemia, principalmente os Emirados Árabes Unidos — Dubai e Abu Dhabi — já eram populares pela facilidade na obtenção de visto. Isso é decisivo para os turistas chineses”, explicou. Alexandre GlosCEO de Grupo China i2iuma consultoria de marketing com sede em Xangai.
Após o fim das restrições às viagens, a região “se recuperou rapidamente” e passou a ser vista como um destino seguro, aberto e acessível. bom valor ao dinheiroacrescentou Glos.
O executivo Peggy LiCEO de consultoria Afinidade SPSdestaca outro fator: a expansão das rotas aéreas. “As empresas do Golfo foram muito proativas. A Emirates, por exemplo, abriu voos diretos para Hangzhou, onde a Alibaba está sediada, em julho, logo após iniciar as operações em Shenzhen”, disse ele.
Segundo Li, a escolha desses destinos é “estratégico não só para o turismo, mas também para os negócios”.
Status, experiências e gastronomia
Viajar para o Médio Oriente também se tornou um símbolo de status entre os chineses. “Ir para lá mostra poder financeiro e espírito aventureiro. É uma forma de dizer: ‘Estou indo para um lugar que você ainda não esteve’ — e compartilhar isso com milhares de amigos no WeChat”, brinca Glos.
Além do prestígio, o apelo está nas experiências. “A procura por viagens de luxo e safaris no deserto continua elevada, mas o interesse em experiências educacionais e culturais autênticas”, observa Peggy Li.
A culinária é outra atração. “Os turistas chineses dificilmente têm acesso a cozinhas como Iraniano, Afegão, Sírio ou Libanês. A região é um verdadeiro caldeirão de sabores”, afirma Li.
Dubai perde brilho à medida que Abu Dhabi avança
O desafio agora é diferenciar destinos do Golfoque oferecem atrações semelhantes. “Todos têm o deserto, o passeio de camelo, o passeio de balão de madrugada e o safári. O turista passa a buscar o que é verdadeiramente local”, explica Li.
Dubai, que já foi um símbolo do turismo de luxo no Oriente Médio, tem enfrentado dificuldades para atrair o público chinês. “Muitos não veem nada de autêntico ali. As ruas estão cheias de redes como McDonald’s e KFC, que não transmitem identidade árabe”, diz Glos.
Ele estima que o número de turistas chineses em Dubai tenha queda de cerca de 50% em 2025enquanto Abu Dabi se destaca por oferecer uma experiência mais cultural e históricocom museus, mesquitas e centros de arte que ajudam a criar “um tipo diferente de experiência”.
Dados do Departamento de Economia e Turismo de Dubai confirmam a tendência: o número de visitantes do Leste e Sudeste Asiático caiu 0,4% entre janeiro e julhoem comparação com o mesmo período de 2024.
Além disso, o abrandamento económico na China e a valorização do iene — que fizeram com que o Japão é o mais atraente para compras de luxo — reduziu a busca por produtos premium em Dubai.
Disputa por protagonismo
O crescente interesse no Médio Oriente abre novas oportunidades, mas também intensifica a concorrência entre os países da região. “Agora será um corrida de resistência para ver quem consegue manter o interesse dos turistas chineses”, resume Li.
Para conseguir isso, os destinos precisarão ir além dos itinerários convencionais e oferecer experiências genuínasligada à cultura local — tarefa essencial para transformar o turismo numa estratégia de longo prazo.
Como observa Glos, o desafio no Oriente Médio é o mesmo de qualquer marca que busca destaque global:
“Não basta ser acessível. É preciso ser memorável.”
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Este conteúdo foi fornecido por CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.