Uma mudança de mudança está soprando nos hábitos do consumidor no Brasil. Diante de orçamentos apertados e incertezas econômicas persistentes, os brasileiros estão revisando suas prioridades – e suas próprias marcas de varejistas, as etiquetas particulares chamadas, emergem como grandes beneficiários dessa transformação.
É o que dizem os dados mais recentes do Future Consumer Index, um estudo global da EY consultoria com 23.016 entrevistados em 30 países. Aqui, sete em cada dez consumidores (69%) afirmam que esses produtos são melhores do que nos anos anteriores, mais do que a média global (59%).
“Estamos vendo uma migração significativa para nossas próprias marcas, especialmente em categorias essenciais”, disse Cristiane Amaral, parceira da EY e líder do consumidor, produtos e segmento de varejo da América Latina. “O consumidor brasileiro, mais do que nunca, busca o equilíbrio perfeito entre qualidade e preço acessível”.
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Em um país em que a inflação dificilmente está no objetivo – em dez anos entre 2015 e 2024, o IPCA estava acima da meta oito vezes, e eu sou o teto em três deles – fazer contas é um exercício diário. E isso apenas aumenta, colocando as marcas tradicionais sob controle. No Brasil, 86% dos entrevistados notaram uma redução no tamanho dos produtos de marcas tradicionais sem o ajuste correspondente de preços, diz a pesquisa EY. Seis em cada dez (59%) dos brasileiros dizem que compram apenas itens desses jogadores se estiverem à venda e um terceiro afirma que eles mudaram sua lista de compras para suas próprias marcas.
Comportamento que reflete a percepção da incerteza com a economia, pois 83 brasileiros dizem que estão preocupados com o futuro, um índice muito acima da média global (51%). “Essa ansiedade se reflete em comportamentos de consumidores mais cautelosos e racionalizados, onde cada real gasto é minuciosamente avaliado”. Cristiane Amaral diz o que ela chama de ‘troco de bolso’ em curso integral.
“O consumidor mantém seus hábitos, mas busca alternativas mais acessíveis sem desistir da qualidade que já conhecem”.
Veja abaixo, outros trechos da sua entrevista.
Quais são os principais fatores de consumo no Brasil hoje?
Cristiane Amaral-temos quatro grandes pilares: preço, o que é extremamente relevante em um contexto econômico desafiador, personalização, saúde e interação saudáveis. O consumidor quer tudo isso juntos. Uma equação complexa para as marcas oferecerem acessíveis.
E como o brasileiro está reagindo a essa pressão no bolso?
Cristiane Amaral – Existe uma ‘troca de bolso’. O consumidor mantém seus hábitos, mas busca alternativas mais baratas. Isso explica o crescimento de rótulos particulares e até mesmo os mercados explorados anteriormente, como roupas reutilizáveis e aparelhos de marcas próprias.
O varejo brasileiro está pronto o suficiente para entender esses novos comportamentos?
Cristiane Amaral – Ainda há uma aparência mais clínica. Se o varejista não entender profundamente seu público – se ele está focado em saudáveis, sustentabilidade ou preço – ele não poderá otimizar custos e manter margens. O consumidor precisa estar no centro da estratégia.
Qual é a principal orientação da EY para as empresas nesse cenário?
Cristiane Amaral – A eficiência e a produtividade são decisivas. Tecnologias como IA generativa e blockchain para rastreabilidade permitem reduzir custos sem perder a qualidade. A reforma tributária, de 2026, também exigirá logística e reconfiguração de inventário.
Em tempos de crise, a eficiência operacional é o que salva os negócios?
Cristiane Amaral – sem dúvida. E isso vale para qualquer mercado emergente. No Brasil, onde há complexidade e logística fiscais, aqueles que não buscam eficiência de processo da cadeia de suprimentos para pós-venda serão deixados para trás. Etiquetas particulares são um exemplo de como fazer mais com menos.
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