O Brasil inicia uma semana decisiva em risco de forte impacto econômico. Está programado para sexta -feira, 1º de agosto, a entrada em vigor da taxa de 50% anunciada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em todas as exportações brasileiras para o mercado dos EUA. Sem concordância até agora, o cenário é de isolamento diplomático e pressão em vários setores produtivos.
As negociações diplomáticas falham
O vice -presidente Geraldo Alckmin liderou as tentativas de negociar com os EUA. Em 19 de julho, ele falou por 50 minutos com o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reiterando o interesse brasileiro em uma solução técnica sem contaminação política. No entanto, de acordo com o Presidente Lula, os esforços não foram correspondidos: “Todo dia ele liga para alguém, e ninguém quer falar com ele”.
No domingo (27), Lutnick confirmou que a tarifa começará a se inscrever em 1º de agosto, sem um novo período de carência. “O presidente está disposto a negociar com grandes economias, com certeza”, disse ele à Fox News. Mais tarde, Trump enfatizou que a data é mantida.
O Brasil está isolado entre os principais exportadores
Embora a tarifa não seja exclusiva do Brasil, o país enfrentará a maior taxa entre os afetados – 50%. Nações como Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas, Japão e União Europeia alcançaram acordos com os EUA, a taxas mais baixas ou limites negociados. No caso europeu, a tarifa foi de 15%, após ameaça inicial de 30%.
No caso brasileiro, as relações políticas dificultam o diálogo. Trump condicionou uma reversão à interrupção do julgamento do ex -presidente Jair Bolsonaro, que chamou “Hunt Witch Hunt”.
Para Christopher Garman, da consultoria Eurásia, o cenário é impasse: “Trump vê o caso de Bolsonaro como um reflexo da perseguição que ele diz que sofreu. Isso salva qualquer solução no curto prazo”.
O impacto pode exceder R $ 175 bilhões
A taxa de 50% afeta diretamente setores como óleo, aço, celulose, carne, café, frutas e peixes. Os EUA são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China.
O CNI estima que a medida pode causar perdas de R $ 52 bilhões em exportação e eliminar 110.000 empregos no curto prazo. A FIEMG projeta impactos ainda mais altos: até R $ 175 bilhões em perdas do PIB e uma redução de 1,49% no crescimento, com quase 1,3 milhão de empregos menos se a tarifa for mantida.
Em caso de retaliação com tributação recíproca, a perda seria ainda mais grave: a retração de R $ 259 bilhões em PIB, 1,9 milhão de empregos perdidos e caindo mais de R $ 36 bilhões em salário.
Os setores já sentem os efeitos
Mesmo antes da implementação, as empresas já sofrem com o impacto da incerteza. Os exportadores de ferro subemporam contratos suspensos e operações paralisadas. A SDS Siderúrgica, que investiu R $ 25 milhões em reativar uma unidade em Divinópolis (MG), viu remessas para os EUA cancelados.
Os produtores de manga e uva do vale de São Francisco temem perdas de até US $ 3 milhões. GrandValle, exportador do setor, afirma que não há alternativas para o fluxo de produção se a tarifa for aplicada.
Na pesca, a produção, do Rio Grande do Norte, pode parar de operar em agosto. “Não temos mercado doméstico e a Europa está fechada para a nossa pesca desde 2017”, disse ARIMAR FRANCA FILHO, diretor da empresa.
Pressões da indústria para o apoio de parceiros americanos
Sem sucesso em negócios diplomáticos, os setores brasileiros tentam desencadear seus parceiros nos EUA a pressionar. O setor de suco de laranja, representado por Citrusbr, foi articulado com grandes compradores americanos para influenciar o governo local.
“O produto brasileiro representa 70% das importações dos EUA”, diz Ibiapaba Netto, diretor da entidade. “As empresas americanas estão agindo discretamente, mas ativamente”.
No setor de café, os diálogos da CECA da National Coffee Association, que já chamaram a Casa Branca. O argumento é o peso do setor na economia dos EUA, com 2,2 milhões de empregos e impacto de US $ 343 bilhões.
A mineração, através de Ibram, também articula reuniões com os parceiros americanos. A preocupação é com a logística já em andamento e com contratos de longo prazo. Os EUA representam 20% das importações no setor.
O governo prepara o plano de contingência
O ministro das Finanças, Fernando Haddad, confirmou que o governo preparou um plano de contingência, pronto para análise do presidente Lula. A proposta inclui medidas de emergência, como linhas de crédito para empresas afetadas e ações dentro dos limites legais internacionais.
“O cardápio foi preparado e será apresentado a Lula. Ele abrange todas as possibilidades dentro do direito internacional”, disse Haddad à Radio Itatiaia.
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