China investe em saúde e mira o Brasil como parceiro estratégico

Retornando de uma missão empresarial à China, o cirurgião e fundador da Hórus IA Pedro Batista afirmou que o país asiático está muito além da velha imagem de “fábrica do mundo”, em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo da CNBC.

Segundo ele, o setor de saúde chinês já atua em níveis que impressionam até os executivos mais experientes: “A viagem foi, no mínimo, fantástica. Estiveram presentes mais de 20 executivos das principais health techs brasileiras e a China surpreendeu a todos, não só com o nível de desenvolvimento, mas também com as possibilidades para o mercado brasileiro, que poderá se expandir muito nos próximos anos”.

O médico destacou que a China tem real interesse em parcerias estratégicas com o Brasil, especialmente no contexto de tensões comerciais com os Estados Unidos: “Hoje somos o terceiro maior parceiro comercial da China e, com a nova tributação americana, o foco pode se voltar ainda mais para o Brasil. Há uma janela de oportunidade para o Brasil se tornar o segundo maior parceiro comercial da China, atrás apenas da Rússia, especialmente em setores como saúde e tecnologia médica”.

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Um dos pontos centrais é o plano Saúde China 2030uma política estatal que está a revolucionar a saúde pública chinesa e que pode beneficiar diretamente os países parceiros. “Este plano teve início em 2010 e visa transformar toda a estrutura de saúde na China até 2030, desde os equipamentos aos modelos de cuidados, com foco total na eficiência, segurança e tecnologia”, afirmou.

A digitalização e o uso de inteligência artificial em hospitais chineses já são uma realidade e servem de modelo para o Brasil. Batista disse: “O que vimos lá foi impressionante. O paciente chega, escaneia um código no celular e inicia o atendimento automaticamente, sem burocracia, com total segurança e agilidade.

Segundo ele, os acordos bilaterais assinados recentemente já começam a apresentar resultados concretos. “Em maio de 2025, tivemos um grande acordo na indústria farmacêutica e isso está permitindo que as empresas brasileiras tenham acesso em maior escala a insumos farmacêuticos ativos (IFAs) e desenvolvam novas formulações com tecnologias chinesas. Com isso, poderemos produzir medicamentos de ponta no Brasil, sem depender de patentes internacionais, e nos tornarmos um elo fundamental entre a China e o mercado ocidental.”

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