Correios aprovam plano para recuperar equilíbrio financeiro; veja medidas

Os Correios aprovaram, na última quarta-feira (19), ampla Plano de Reestruturação que redesenha o modelo de atuação da estatal e define medidas para garantir sua sustentabilidade financeiraa continuidade dos serviços postais e a manutenção de universalizaçãoconsiderado estratégico para a integração nacional.

Segundo a empresa, o pacote de ações foi criado após uma avaliação detalhada do cenário atual, marcado por queda na receitaaumento das despesas operacionais e alta pressão sobre o modelo de negócios tradicional.

A reestruturação será implementada em três fases — recuperação financeira, consolidação e crescimento — e prevê um período de transição de 12 meses.

Para garantir liquidez imediata, a estatal deverá preencher um operação de crédito de até R$ 20 bilhõesdescrito como essencial para viabilizar o processo de reorganização interna e os necessários investimentos em tecnologia e infraestrutura.

Principais medidas previstas para os próximos 12 meses

• Programa de Demissão Voluntária (PDV) e revisão dos custos relacionados ao plano de saúde;
• Garantia 100% de conformidade com os fornecedoreseliminação de passivos acumulados;
• Modernização operacional e atualização da infraestrutura tecnológica;
• Liquidez preservada para apoiar a implementação do novo modelo económico ao longo de 2026.

O plano também inclui ações estruturais, como:

• Monetização de ativos e venda de imóveis com potencial para aumentar até R$ 1,5 bilhão;
• Redução de até 1 mil unidades deficitárias na rede de atendimento;
• Expansão do portfólio com foco em comércio eletrônico e abertura para parcerias estratégicas;
• Possibilidade de fusões, aquisições ou reorganizações societárias para aumentar a competitividade.

A projeção é que a estatal reduza o déficit em 2026 e volte ao lucro em 2027.

A universalização continua a ser um compromisso “inegociável”

Apesar do alto custo – R$ 5,4 bilhões somente no primeiro semestre de 2025, com déficit líquido de R$ 4,5 bilhões —, os Correios afirmam que a universalização dos serviços postais continuará sendo uma prioridade absoluta.

A estatal destaca que, mesmo com a retração global das receitas tradicionais do setor, é a única operadora capaz de atender 100% dos municípios brasileirosincluindo áreas remotas e de difícil acesso.

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A empresa lembra que, em vários países, existem mecanismos formais de compensação para garantir a universalização, reconhecida como serviço público essencial. No Brasil, mesmo sem esses subsídios, a estatal mantém operações que apoiam políticas públicas estratégicas e atendem populações vulneráveis.

Capilaridade continua sendo diferencial logístico

A infraestrutura presente em todo o território nacional permite aos Correios realizar missões de grande porte, tais como:

• Distribuição de livros didáticos para escolas públicas;
• Entrega simultânea, em aprox. 2 horasevidência do Enem em todo o país;
• Apoio à Justiça Eleitoral com transporte de urnas eletrônicas;
• Ação emergencial em desastres: 30 mil toneladas de doações entregue ao RS após as enchentes de 2024;
• Envio de insumos às famílias afetadas pela tornado no Paraná em novembro de 2025.

A direção da estatal afirma que a reestruturação visa permitir que os Correios ofereçam serviços “mais moderno, eficiente e confiável”, preservando sua missão pública e fortalecendo o papel logístico do Estado brasileiro.

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