Embraer: Super Tucano é adaptado para derrubar drones e ampliar vendas na Europa – Times Brasil

A Embraer ampliou as capacidades do Supertucano e incluiu no portfólio da aeronave a possibilidade de combate a sistemas aéreos não tripulados, uma demanda crescente entre as forças armadas europeias e outras regiões. A empresa anunciou hoje a adaptação da plataforma para neutralizar drones de diversos perfis, abrindo novas oportunidades comerciais em um cenário global marcado pelo avanço desses equipamentos em conflitos recentes.

A solução utiliza sensores já integrados ao Super Tucano, combinados com novos datalinks para identificação de coordenadas, direcionamento eletro-óptico e infravermelho (EO/IR), designação de laser e foguetes guiados. O pacote permite que as forças aéreas equipadas com o modelo atualizem suas aeronaves sem mudanças estruturais significativas, o que reduz custos e acelera a adoção.

A guerra de drones e o Super Tucano no contexto global

Segundo a Embraer, a atualização reflete mudanças no campo de batalha, com as guerras recentes mostrando a necessidade de meios de baixo custo capazes de detectar, rastrear e neutralizar drones. Para os países que não possuem caças avançados ou sistemas de defesa anti-drones dedicados, o Supertucano oferece uma alternativa materialmente mais acessível, com operação em pistas curtas e baixa demanda logística.

A empresa já possui mais de 600 mil horas de voo com a plataforma e possui contratos com 22 forças aéreaso que facilita a expansão da solução para os clientes atuais. No mercado europeu, a guerra na Ucrânia acelerou projetos de modernização e aquisição de sistemas anti-drones, fortalecendo o interesse em plataformas flexíveis e rapidamente integradas.

Como funciona o pacote anti-drone

A capacidade antidrone do Super Tucano combina:

• datalink para recebimento de coordenadas e direcionamento;
• Sensor EO/IR para rastreamento e identificação;
• designador de laser para uso de armas guiadas;
• foguetes guiados por laser;
• .50 metralhadoras instaladas em pontos fixos nas asas.

O conjunto permite atuar contra diversos tipos de drones, desde modelos táticos até improvisados, utilizados tanto por forças estaduais quanto por grupos irregulares.

Um reforço da estratégia da Embraer Defesa

Para a Embraer, a modernização aumenta a relevância da Supertucano em um ambiente competitivo e aumenta as possibilidades de vendas em mercados maduros. A empresa destaca que o conceito operacional (CONOPS) pode ser adotado pelos atuais e futuros operadores, sem a necessidade de uma nova aeronave.

Segundo Bosco da Costa Junior, CEO da Embraer Defesa & Segurança, o movimento busca responder a um desafio real enfrentado pelos governos. Ele afirma que o Super Tucano se posiciona como uma solução de baixo custo operacional para missões que vão desde apoio aéreo aproximado e vigilância até combate direto contra drones.

Uma plataforma multimissão

Além da nova função anti-drone, o Super Tucano já cumpre missões como:

• treinamento avançado;
• apoio aéreo aproximado;
• patrulhamento e interdição aérea;
• vigilância de fronteiras;
• operações armadas de inteligência, vigilância e reconhecimento (IVR);
• escolta e controle de ataque conjunto.

A aeronave foi projetada para operar em terrenos austeros e pistas não pavimentadas, um diferencial para países com baixa infraestrutura militar. A estrutura foi projetada para suportar ambientes de uso intensivo, com reduzida necessidade de manutenção.

Próximos passos do Super Tucano

A expectativa é que a Embraer apresente a solução às operadoras europeias ao longo de 2026, período em que a demanda por sistemas anti-drones tende a crescer. O posicionamento do Supertucano Por ser uma plataforma com custo competitivo, pode ampliar o alcance comercial da empresa, principalmente entre forças aéreas que buscam reforço imediato na defesa aérea de baixa e média intensidade.

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