Eles traduziram, para a economia, o que os empreendedores vivenciam em primeira mão: Inovar é sobreviver.
Não são os mais fortes que sobrevivem. Ele é o mais inquieto. A força protege, mas é a inquietação que transforma. Num mundo que muda em ciclos cada vez mais curtos, onde o que hoje é inovação amanhã se torna obsolescência, quem se contenta em reagir ao mercado já perdeu o jogo. A verdadeira diferença está naqueles que antecipam a mudança e, principalmente, tem a coragem de destruí-lo para construir algo ainda melhor.
O Prêmio Nobel de Economia de 2025 deixou isso mais claro do que nunca. A Academia premiou Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitttrês economistas que transformaram a inovação numa ciência e o crescimento numa consequência direta da inquietação humana, ao explicarem o crescimento impulsionado pela inovação — abordando o impacto das novas tecnologias, da Revolução Industrial à inteligência artificial. Eles mostraram, com décadas de pesquisa, que A riqueza não nasce da estabilidade, mas do movimento. De ruptura. De quem tem coragem de quebrar o que funciona hoje para construir o que será indispensável amanhã.
Joel Mokyr explica que o salto civilizacional da humanidade só aconteceu quando paramos de apenas repetir o que funcionava e passamos a entender por que as coisas aconteciam. Foi a união entre ciência, experimentação e ousadia que acendeu o motor do crescimento moderno. E é exatamente isso que vejo acontecer – ou não acontecer – em todos os negócios que encontro como investidor.
Aghion e Howitt levou essa ideia à sua forma mais crua: destruição criativa. É quando uma nova tecnologia mata uma antiga, quando uma startup força um gigante a reinventar-se, quando a economia renasce porque alguém se atreveu a desafiar o status quo. Esta é a essência do progresso. Mas aqui no Brasil, Muitas empresas ainda confundem “inovar” com “fazer marketing digital” ou “ter um aplicativo bonito”. A verdadeira inovação é cultural. E doloroso, arriscado e requer um ambiente que tolere o erro como parte da aprendizagem.
O que tenho observado no mercado é que os empreendedores muitas vezes enfrentam ceticismo quando investem em novas ideias. Exemplo: uma fintech que decide usar inteligência artificial para conceder crédito a quem o sistema tradicional ignora. Apesar das críticas de “mercado saturado” e “alto risco”, o negócio é moldado através de testes, erros e ajustes. Cada falha proporciona um aprendizado valioso, e o que começa como desafios se transforma em uma solução sólida e impactante. Isto demonstra que a inovação vai além de melhorar o jogo – trata-se de redefinir as suas regras.
Este espírito de inovação, movido pela coragem de experimentar e aprender com os erros, é o que, na opinião dos vencedores do Nobel deste ano, sustenta o crescimento económico sustentável. Lembram-nos que o crescimento sustentável não é automático. Depende de liberdade para experimentar, políticas que recompensem quem assume riscos e líderes que sabem dizer “não sei, mas vou descobrir”. O maior erro de um empreendedor é pensar que estabilidade é sinônimo de sucesso. Na verdade, a estabilidade é o início da estagnação.
É por isso que, como investidor, educador e empreendedor, Sempre argumentei que aqueles que não antecipam a mudança serão devorados por ela. O mercado não espera e a inovação não tem paciência com quem permanece estático. Esta visão não é pessimista, mas sim uma alerta urgente para todos que desejam prosperar em um mundo em constante mudança.
Em outras palavras, se você lidera uma empresa, pare de procurar segurança e comece a procurar relevância. A inovação que o mundo precisa pode nascer da sua inquietação, do seu desconforto ou da sua dúvida. E, se ainda tiver dúvidas sobre o que fazer, lembre-se: Inovar ou morrer não é uma escolha — é uma sentença para quem quer deixar um legado.
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