Imagine tentar medir até que ponto as grandes empresas estão lidando bem com a inteligência artificial (IA). Foi isso que Fortunaem parceria com Serviço agora e o Economia de Oxfordfiz ao criar o QAI 50. Esta é a primeira vez que foi feita uma tentativa de avaliar a maturidade da IA das organizações usando o Índice de Maturidade da IA Empresarial de 2025.
Nesse índice, as empresas recebem uma pontuação de 0 a 100 e, curiosamente, a média global deste ano caiu de 44 para 35. Ou seja, a tecnologia avança em ritmo acelerado e nós, humanos, estamos correndo atrás dela.
Quem participou da pesquisa?
Para chegar ao ranking, eles foram entrevistados 4.473 executivos de 16 países e 11 setores. Eles responderam perguntas sobre cinco temas principais: estratégia e liderança, integração de processos, talento, governança e criação de valor. Cada tema foi pontuado e, ao final, todos receberam o mesmo peso.
Os países incluídos na amostra foram: Estados Unidos (522 entrevistados), Índia (511), Austrália (560), Japão (305), Reino Unido (274), Alemanha (274), Holanda (257), Suécia (255), França (268), Cingapura (225), Canadá (220), Hong Kong (180), Espanha (174), Itália (155), Emirados Árabes Unidos (148) e Arábia Saudita (145). O Brasil ficou de fora, mas as lições se aplicam muito bem aqui.
Um retrato surpreendente
O estudo mostrou que a maturidade média em IA caiu 9 pontos em relação ao ano anterior e que menos de 1% das empresas ultrapassou 50 pontos. Apesar deste declínio, 67% das empresas entrevistadas afirmam que a IA aumentou suas margens brutascom um ganho médio de 11%. Ou seja, mesmo com processos ainda imaturos, a IA já gera retorno financeiro.
Além disso, quase metade das empresas relataram retorno significativo sobre o investimento (ROI) em áreas como pesquisas internas, análise de dados, automação de processos e ferramentas preditivas. O ROI — relação entre lucro obtido e valor investido — tem sido positivo nas iniciativas de IA, o que reforça a sua relevância estratégica.
Quem são os “Pacesetters”?
A pesquisa identificou um grupo especial: Marcadores de ritmo – ou, em português claro, o pioneiros, vanguardaaqueles que ditam o ritmo. Eles representam 18,2% dos entrevistados.
Embora a média global fosse de 35, estes pioneiros pontuaram 44 pontos; praticamente todas as pessoas com mais de 50 anos. Se todas as grandes empresas do mundo se comportassem como elas, haveria um ganho estimado de US$ 113 bilhões nas margens brutas totais – cerca de US$ 56 milhões mais por empresa.
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Por que eles se destacam? Três ingredientes fazem a diferença: liderança estratégica (36%), governança (30%) e gastos disciplinados (23%). Esses líderes apostam em:
- Centros de inovação: 53% criaram hubs dedicados à IA (em comparação com 38% de outras empresas).
- Abordagem de plataforma: 66% usam uma única base integrada de IA (vs. 46%).
- Talento certo: metade acredita ter a equipa ideal (face a 29%).
- Governança sólida: 63% já atualizaram políticas de dados e criaram padrões de IA (em comparação com 42%).
- Agentes autônomos: 36% já estão experimentando IA agente, em comparação com 19% dos outros.
Para onde o mundo está indo?
Na geografia da IA, o Índia está à frente com 31% de pioneiros, seguido por Estados Unidos (22%) e Emirados Árabes Unidos (21%). A Europa não se saiu tão bem: Espanha, Itália e França ficou para trás. Entre os setores, dominam a tecnologia, a indústria pesada, as finanças e o automóvel.
E nós, no Brasil?
O AIQ 50 deixa uma mensagem clara: a IA por si só não resolve nada. Mesmo sem dados específicos do Brasil, o relatório oferece um roteiro. Para entrar na liga dos pioneiros, os líderes brasileiros precisam:
- Descreva uma visão clara de IA vinculada aos objetivos de negócios.
- Elimine silos, integrando dados e processos em uma única plataforma.
- Invista em talentos e requalifique equipes, criando campeões de IA.
- Estabelecer uma governança proativa, zelando pela ética, privacidade e segurança.
- Experimente agentes autônomos, mas mantendo o ser humano no comando.
Em última análise, a maior lição do AIQ 50 é que a tecnologia sem cultura e liderança não sairá de moda. Com a combinação certa, a IA deixa de ser uma promessa e passa a ser uma vantagem competitiva.
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Pesquisador e palestrante internacional, formado em Psicologia Clínica Organizacional e mestre em Consultoria e Coaching para Mudança pelo Insead (European Business School, na França), graduado e mestre em Engenharia Mecânica pela Unicamp. Fundador do EXO – Excelência Organizacional.