Tarifaço: Abimaq vê passo na direção da melhora nas relações EUA x Brasil – Times Brasil

A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) avaliou como positiva a decisão dos Estados Unidos de reduzir lista dos produtos brasileiros sujeitos à tarifa de 50% – composta por 10% da tarifa básica e mais 40%. Embora máquinas e equipamentos continuem excluídos da nova ordem executiva, a entidade vê o movimento como um avanço no relacionamento bilateral.

Segundo José Velloso, presidente executivo da Abimaq, o corte na lista representa um gesto importante. “Infelizmente o setor de máquinas e equipamentos não foi mencionado na ordem executiva, mas olhamos com otimismo porque é um passo para melhorar as relações entre os Estados Unidos e o Brasil”, afirmou.

Lista reduzida indica mudança de postura

Velloso lembra que a lista de exceções impostas em agosto foi bastante ampla, afetando diversos segmentos industriais. Agora, com o anúncio mais recente, o volume de produtos afetados diminuiu. “Os produtos brasileiros que são tributados à alíquota de 50% agora estão em uma lista bem menor. Não é uma lista tão grande como era no início”, disse.

Para a Abimaq, a redução é um indício de que os Estados Unidos buscam abrir caminho para negociações mais amplas com o Brasil após meses de tensões comerciais.

Abimaq pede trégua enquanto durarem as negociações

Apesar de ver sinais de melhora, a entidade destaca que o novo texto não atende a uma demanda central da indústria brasileira: a suspensão temporária da tarifa adicional de 40% enquanto houver negociações formais entre os países.

“Nossa expectativa era que a trégua fosse mencionada na ordem executiva”, explicou Velloso. “O pedido do Brasil é que, desde o início das negociações, a tarifa adicional de 40% fosse suspensa. Dessa forma, enquanto as negociações estivessem sendo realizadas, poderíamos fazer negócios com os Estados Unidos sem pagar essa tarifa adicional.”

A ausência desta cláusula preocupa o setor. Para a Abimaq, a manutenção dos 40% adicionais durante o período de diálogo limita a competitividade da indústria brasileira e enfraquece o efeito positivo da redução parcial da lista.

Otimismo cauteloso

Mesmo sem a trégua, Velloso avalia que há sinais concretos de aproximação comercial entre os países. “Se por um lado estamos optimistas com estes avanços, por outro esperamos uma trégua durante as negociações”, afirmou.

A Abimaq reforça que a abertura para produtos industriais de maior valor agregado é fundamental para reequilibrar a balança comercial entre os dois países e fortalecer as cadeias produtivas nacionais.

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