A JBS recebeu a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) por sua proposta de listagem de listas duplas. Com a decisão, as funções da empresa podem ser negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e B3 no Brasil. As notícias fizeram com que as ações da empresa subissem no pregão de quarta -feira (23).
Segundo a empresa, após a aprovação da agência regulatória dos EUA, o próximo passo será a convocação de uma Assembléia Geral de Acionistas. Na época, o controlador JF Investimentos e Bndespar, que juntos detêm cerca de 21% da capital, se absterão de votar. Somente acionistas minoritários participarão da deliberação.
Em entrevista ao radar, Times Brasil – CNBC exclusivo licenciadoLeonardo Alencar, chefe do setor de agro de investimentos XP, setor de alimentos e bebidas, disse que o processo de listagem ainda precisa cumprir algumas etapas. “Agora, com a aprovação da SEC, a empresa ligará para uma assembléia para votar entre seus investidores”, disse ele. Ele explicou que, após a aprovação na Assembléia, as ações da classe e da JBS serão listadas na Bolsa de Nova York, seguidas pela autorização da CVM para negociação do BDRS no Brasil.
Alencar apontou que a inclusão de JBS no índice Russell 1000, imediatamente após a listagem nos Estados Unidos, deve atrair novos investidores institucionais. “Apenas entrando nesse índice, a empresa recebe investimento passivo de fundos que acompanham esse benchmark”, disse ele.
O analista acrescentou que há expectativa de que, seis meses após a listagem, a empresa possa integrar o S&P 500, desde que mantenha pelo menos 50% de suas receitas nos Estados Unidos. Segundo ele, isso expandiria ainda mais a base de investidores da empresa.
Para o especialista, além de ganhar visibilidade, a listagem permitirá que a empresa acesse o capital a custos mais baixos. Alencar afirmou que esse movimento também favorece estratégias de aquisição e operações futuras. Ele citou a possibilidade de a JBS procurar ativos na área processada nos Estados Unidos para se aproximar do perfil de empresas como a Tyson Foods.
Sobre a história do processo, Alencar lembrou que a expectativa para a listagem dupla é antiga, mas havia obstáculos, especialmente em relação ao posicionamento de BNDes. “No passado, havia dúvida se Bndes seria favorável”, disse ele. Com o contrato assinado entre JF e Bndespar, o peso da posição do Banco do Estado foi neutralizado na assembléia.
Alencar também avaliou os efeitos de tensões comerciais recentes, especialmente entre os Estados Unidos, China, México e Canadá. Ele disse que os conflitos comerciais afetam mais o setor de grãos, mas podem ter impactos indiretos nas proteínas. “O México é o maior importador de carne de porco e milho do mundo e o segundo maior de frango”, lembrou. Para ele, a JBS Geographic e a Diversification reduz os riscos em cenários tarifários ou barreiras comerciais.
Finalmente, o especialista afirmou que a demanda global de proteínas é consistente, com margens positivas, especialmente no segmento de frango nos Estados Unidos e na recente expansão no setor de ovos. “A diversificação da JBS ajuda a equilibrar os resultados em tempos de pressão em mercados específicos”, concluiu.
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