Galípolo defende atuação do BC e critica ‘especialistas de WhatsApp’ sobre caso Banco Master – Times Brasil

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, criticou as manifestações de “especialistas em WhatsApp” e reafirmou que a atuação do BC na liquidação do Banco Master e na manutenção dos juros elevados seguiu as regras previstas na legislação. Ele abordou o tema durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (25).

Galípolo defendeu que a intervenção no Banco Master, ocorrida na semana passada, foi um procedimento legal, que seguiu as orientações para este tipo de situação.

Sobre o sistema bancário, Galípolo lembrou que as falhas financeiras não são exclusivas do Brasil. Citou episódios recentes nos Estados Unidos e na Suíça como exemplos de falhas em sistemas bancários complexos, destacando que “os bancos são instituições falíveis”. Para ele, o essencial é aprender com os erros e buscar inovação para evitar que os mesmos problemas se repitam no futuro.

Afirmou ainda que as críticas em relação à taxa de juro são recorrentes, mas destacou que a política monetária está de acordo com o necessário para a estabilidade económica. Sobre o impacto das redes sociais, o presidente do BC mencionou que é difícil responder a cada manifestação e que a falta de mediação nas plataformas torna um problema a divulgação rápida e muitas vezes errada de opiniões. “É um dilema para o Banco Central”, disse, destacando a dificuldade de conciliar o trabalho de fiscalização com a pressão das redes.

Ao responder às críticas sobre a inflação, Galípolo admitiu que ela permanecerá fora da meta durante todo o seu mandato. Porém, ele lembrou que o BC cumpre a meta estabelecida pelo governo, garantindo que suas ações estejam alinhadas aos objetivos macroeconômicos estabelecidos. Ele alertou ainda que qualquer tentativa de interferência voluntária do BC, como um possível abandono das regras estabelecidas, poderia ter um custo para o erário, citando como exemplo o caso da intervenção no Banco Master.

Sobre as críticas nas redes sociais, Galípolo destacou que a divulgação de informações não verificadas, muitas vezes mais atrativas que a realidade técnica, representa um desafio para a instituição. “A desinformação pode ter uma narrativa mais interessante do que a verdade. E a informação correta às vezes é enfadonha”, disse ele.

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O presidente do BC também se manifestou a favor do uso da inteligência artificial (IA) para apoiar a supervisão, destacando que a tecnologia pode ser uma importante aliada na melhoria da supervisão do sistema financeiro.

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