Alerta dos EUA provoca cancelamentos de voos para a Venezuela – Times Brasil

Várias companhias aéreas internacionais cancelaram voos partindo da Venezuela neste sábado (22), um dia depois de a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) alertar as empresas do setor sobre uma “situação potencialmente perigosa” ao sobrevoar o país. A informação é da agência de notícias Reuters.

O alerta surge no momento em que os EUA se preparam para lançar, nos próximos dias, uma nova fase de operações relacionadas com Caracas, sinalizando uma escalada de pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, segundo a agência.

Neste sábado, a brasileira Gol, a colombiana Avianca e a TAP Air Portugal cancelaram voos saindo de Caracas, segundo dados do Flightradar24 e do Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía. A espanhola Iberia também anunciou que suspenderá as operações no país a partir de segunda-feira (24), até novo aviso. Copa Airlines e Wingo mantiveram suas rotas normalmente.

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A Aeronáutica Civil da Colômbia alertou que existem “riscos potenciais” para aeronaves na região de Maiquetía, citando a deterioração da segurança e o aumento da atividade militar. A TAP afirmou que as suas decisões foram tomadas com base em informações das autoridades americanas, que indicam falta de garantias para voar no espaço aéreo venezuelano. A Iberia afirmou que continuará a monitorizar a situação antes de retomar as suas operações.

As operações dos EUA contra Maduro devem avançar

Segundo a Reuters, as autoridades dos EUA dizem que o momento exato ou o escopo das próximas ações ainda não estão claros. Além disso, não há confirmação de que o Presidente Donald Trump tenha tomado uma decisão final. Nos bastidores, porém, as informações sobre uma possível operação vêm crescendo, em meio à movimentação de forças militares americanas no Caribe e ao agravamento das tensões com a Venezuela.

Dois dos funcionários disseram à agência que as operações clandestinas provavelmente serão a primeira fase da nova ofensiva contra Maduro.

“O Presidente Trump está preparado para usar todos os elementos do poder americano para impedir que as drogas inundem o nosso país e para levar os responsáveis ​​à justiça”, disse um responsável, falando sob condição de anonimato.

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Washington acusa Maduro de envolvimento no tráfico de drogas, algo que o presidente venezuelano nega. Entre as opções avaliadas pelos EUA, dizem as fontes, está mesmo a possibilidade de tentar derrubar o governo de Maduro.

EUA expandem presença militar na região

O reforço militar americano em torno da Venezuela aumentou nos últimos meses. No dia 16 de novembro, o porta-aviões Gerald R. Ford, o maior da Marinha dos EUA, chegou ao Caribe acompanhado de seu grupo de ataque. Já existem pelo menos sete navios de guerra, um submarino nuclear e caças F-35 na região, segundo a Reuters.

As forças dos EUA têm levado a cabo operações antitráfico de droga desde Setembro, com 21 ataques contra embarcações suspeitas nas Caraíbas e no Pacífico, resultando em pelo menos 83 mortes.

A administração Trump também está a considerar designar o Cartel de los Soles como uma organização terrorista estrangeira. Washington acusa Maduro de liderar o grupo.

Governo de Maduro fala em resistência se houver ataque

Em Caracas, Maduro afirma que os EUA querem tirá-lo do poder e que a população e os militares resistiriam a qualquer tentativa. Documentos citados pela Reuters indicam que o governo venezuelano considera uma estratégia de “resistência prolongada”, que envolveria pequenas unidades militares espalhadas por mais de 280 localidades para realizar sabotagem e ações irregulares no caso de uma invasão americana.

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